Era uma vez uma futura maratonista com um sonho muito distante de completar os 42.195 km. Tudo começou em 2008 com uma vontade de mudar de vida e transformar lazer em benefício estético e psicológico. As pequenas corridas foram completadas e os objetivos sempre aumentando. Em julho de 2010 tudo mudou, virei maratonista e comecei a sonhar com as ultras distâncias. Em julho de 2012 virei oficialmente Ultra e agora planejo futuras distâncias que me desafiem cada vez mais. Me descobri desesperadoramente apaixonada por km's.

Agora tenho o ano de 2013 inteiro para fazer o que for preciso para quem sabe ser aceita na BR 135 Solo em 2014. Trabalha e Confia!


Carrego no peito as medalhas e na memória os melhores momentos da minha vida.

Próximos desafios:

03 de Novembro de 2013 - Maratona

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O Desafio é a Nossa Energia

Demorei para acreditar que desafios na minha pessoal e profissional são o combustível ideal para me conduzir a lugares que sinto prazer em chegar. Estou sempre me desafiando, aprender a lidar com essa pressão que faço sobre mim também é um desafio interessante.

Com um pouco de coragem fica tudo mais fácil, inclusive largar o emprego para correr atrás de um projeto pessoal e complicado, mas não impossível, já que aprendi com as ultras que nada é impossível com foco, dedicação e muito trabalho. Se der certo deu, se não der certo, volto e recomeço onde parei. Afinal, começar do zero nunca foi um grande problema até aqui.

E aproveitando essa fase de desafios, o nome do Blog mais uma vez ficou para trás, mas chega de mudar de endereço e vamos aproveitar para colocar um objetivo distante naquela velha história, DREAM BIG! FUTURA ULTRA será para sempre, o que muda sempre será a prova, agora meu sonho é a BR 135 SOLO, e espero desabafar aqui o que tenho que fazer para ser aceita e terminar a prova com sucesso. FUTURA ULTRA: BR 135 SOLO

THIS IS YOUR LIFE
FIND A PASSION
AND PURSUE IT.


Músicas que me fazem Correr


Dentro daquele meu jeito maluco musical de construir meu playlist e já não aguentando as mesmas de sempre para longões... decidido está, musicas em español, já que estou num momento intensivão com 2h por dia até novembro.

Por enquanto vamos do velho, bom e popular Maná e Alejandro Sanz. Será que isso vai dar certo? rs.


quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Kainach Bergmarathon - 44 Km - Austria - 12/08/12

Sinceramente, achei que não conseguiria voltar a escrever após tanto tempo. Mas me neguei a escrever obrigada já que faço isso por prazer. Após um longo periodo sem colocar meus olhinhos por aqui estava na hora de voltar, afinal, muita coisa boa aconteceu, e não é só um post que vai resumir tudo. Inicio logo então.

Uma delas foi essa aventura pelos Alpes Austriacos que por sorte escrevi num caderninho para não esquecer e deixar passar em branco. Antes de começar vou te fazer uma pergunta. Alguma vez você já fez algo no modo hard, super radical e com muita emoção?
Assim foi essa ultra de montanha que superou todas as minhas expectativas, uma surpresa atrás da outra.

Com uma altimetria que de 500m pularia para 1.800m em poucos km's, fazia com que meu coração batesse no ouvido (nos dois) em pouquissimo tempo de prova. Percebi que era estranho, incomum, e assutador... mas continuei, mesmo já pensando em desistir já que a prova nem tinha começado. Comecei a focar na descida e espera-la ansiosamente após o km 14, já que barranco era a minha única visão até aquele momento (ui).
Quando ele finalmente começou a despontar imaginei que a partir daquele momento começaria a correr e adiantaria a prova, me enganei (como sempre)... fui supreendida com pedras gigantes no caminho (só me lembrava daquilo: pedras no caminho? guardo todas, um dia vou construir um castelo). Com Pedras era impossível a evolução, não dava para correr. Cai de bunda duas vezes em menos de 1 km. Na última vez fiquei um tempão sentada olhando para o abismo com arame farpado ao meu lado... aquilo me parecia muito perigoso, comecei a refletir se era prudente continuar já que sou muito desajeitada, cairia outras vezes, estava correndo risco de vida e o pior, ficaria com o rosto todo deformado no meu caixãozinho depois de ultrapassar todo aquele arame e cair no abismo. Se tinha alguem do meu lado para socorrer?? claro que não, ninguém faz essas provas, no máximo 100 pessoas espalhadas em 45 km, nesse momento me lembro de só ter visto uma senhora de uns 90 anos atrás de mim rs. Aqui pela primeira vez em 31 anos pensei, Game Over pra mim. Vamos voltar viva né?

Comecei a imaginar onde estaria o próximo posto de hidratação para pedir "penico", arrego, qualquer coisa similar. Mas assim que cheguei no danado do posto um rapaz nem esperou eu abrir a boca e me disse - Continue, você vai ficar muito orgulhosa de você. - Pronto, era tudo que eu precisava, ficar orgulhosa de mim. Vamos chegar e que seja por último, afinal só os últimos e os primeiros serão lembrados rs.

Para elevar o nível da prova as vacas se tornaram parte do caminho, eram lindas, super bem cuidadas, até tinha um sininho no pescoço (desenho animado). Elas só tinham um defeito, gostavam de encarar e ficavam ocupando o estreito espaço para passar, algo como abismo, mato, vaca... escolha seu espaço para passar e siga em frente. Teve uma hora que tinha tantas, mas tantas que pensei em tirar uma foto, mas fiquei com medo de ficar parada muito tempo e algo acontecer, achei melhor sobreviver para contar.

Cercas?? se eu juntar meus anos passados e futuros não consigo pular a quantidade de cercas que pulei nesse dia, algo sobrenatural. Numa das últimas tive uma crise de riso, estava louca e inacreditavelmente cansada.

Assim fui, longas sete horas e muitos minutos, ante penúltima a chegar e muita, mas muita história para contar. Fiz um amigo no inicio da prova que voltou para me buscar no final, ter alguem que se preocupa com você não tem preço (mesmo que seja um amigo passageiro). Nem liguei quando percebi que como algumas provas na Europa e nos EUA eles não fornecem medalha, só para os primeiros lugares, como o rapaz disse lá atrás, agora estava orgulhosa de mim, tive mil e um motivos para desistir e não foi desta vez.

Mas como tudo ainda pode melhorar, tive um surpresa final, um troféu de primeira na categoria (só tinha eu rs). E pelo menos cheguei em oitavo das nove corajosas que terminaram a prova. Ganhei também um livro gigante da cidade onde fui muito bem tratada graças a cortesia do organizador Bernd Gratz.

Um Show de Aventura!
Inesquecível!

12 de agosto de 2012